Quem melhor do que os nossos associados para contar a nossa história.
Assim, decidimos não por um, mas por dois resumos históricos do Triumph Club de Portugal.
O primeiro escrito pelo saudoso Cabral Afonso, sócio fundador nº 2 do TCP e que ficará aqui como uma justa homenagem de todos os membros do Clube, à sua dedicação e empenho na formação e continuidade do mesmo.
O segundo, da Ana Paula Filipe, sócia fundadora do nosso Club e que reflecte os 10 anos de história do TCP numa prosa que nos faz correr a imaginação…..!
Duma conversa tardia à nova sede
Tudo começou na Primavera de 1994, em Serpa,após o jantar de confraternização de mais um passeio, durante o qual o Segarra Marques me passou a “bola” da coordenação das actividades do grupo de amigos amantes dos Triumph. Após essa passagem de testemunho, o Pedro Lara e o signatário, começaram a esboçar ideias sobre o que deveriam ser as futuras actividades desse grupo de amigos, quando cerca das duas da manhã estava já consolidada nas nossas mentes a determinação e a vontade de dar alma ao projecto de formação dum clube Triumph aberto a todos os modelos da marca.
Por essa altura os amigos Triumph reuniam-se todas as quartas feiras no Restaurante Rei dos Bifes em Campo de Ourique, que creio podermos afirmar foi a nossa “primeira” sede. Aí mesmo foi exposta a ideia da formação de um clube e constituído em Grupo de Trabalho ao qual pertenceram, além de mim, o José Feio, o Dias Filipe, o Edgar, o Osório e o Diamantino Turbulento.
Este grupo de trabalho tinha como missão, além de dar continuidade à organização de passeios e reuniões dos Triumph, a elaboração dos estatutos do futuro clube, a sua aprovação e providenciar todas as “demarches” burocráticas legais para a formação do mesmo.
Nessa altura adoptámos a sala de jantar da minha casa como sala de reuniões do Grupo de Trabalho. Conseguimos fazer face ás inevitáveis despesas com uma contribuição de vinte contos que nos foi entregue pelo proprietário de um Spitfire por lhe termos localizado um comprador para o mesmo.
Em Abril de 1995, na sala de reuniões da Associação Portuguesas de Tripulantes de cabine ( onde viriamos a reunir até termos sede própria), conseguimos finalmente efectuar a nossa primeira Assembleia onde os Estatutos foram aprovados, o que levaria à assinatura da escritura oficial de formação do Triumph Club de Portugal no dia 12 de Dezembro de 1996.
Seguiu-se nova Assembleia em que, à falta de melhor, a minha casa e a morada respectiva foi a que constou como sede do clube e eu fui eleito Presidente da Direcção tendo como Delegado no Norte o Carlos Seara Cardoso.
Dois anos depois e já com cerca de 150 associados, foi eleita nova Direcção encabeçada pelo José Feio, tendo como Delegado no Norte o Jorge Pinhal, altura em que se registou a primeira mudança oficial de sede, desta vez para a morada da casa dele. Ainda durante a vigência desta nova Direcção, desta vez sim, o clube teve a sua primeira sede digna desse nome, a de Barcarena e os trabalhos de restauro da carrinha Herald avançam defenitivamente.
Mais dois anos passados uma nova Direcção é eleita encabeçada pelo Dias Filipe. Sob esta nova Direcção o clube sofre um impulso importante quer a nível de realizações como no crescimento do número de associados ( neste momento cerca de 360), sem esquecer o final do restauro da carrinha Herald, cujos primeiros fundos foram obtidos pelos célebres “peditórios” no fim dos almoços organizados pelo saudoso sócio fundador Pedro Carvalhal.
Chegamos finalmente a 2005 em que a Direcção actual, encabeçada pelo Rogério Mendes, com os Delegados no Norte Jorge Pinhal e Orlando Tato proporciona a todos a enorme satisfação de estarmos presentes na inauguração da nova sede em Paço de Arcos.
O percurso até aos dias de hoje nem sempre foi fácil, e, modéstias à parte, todas as Direcções tiveram os seus méritos, no entanto, não quero deixar passar esta oportunidade, tomando a liberdade de falar para todos os associados, de expressar ao José Feio, ao Dias Filipe, ao Rogério Mendes, ao insubstituível Camacho, ao Carlos Seara Cardoso, ao Jorge Pinhal e ao Orlando Tato o nosso agradecimento, reconhecimento e apoio por tudo aquilo que conseguiram, fruto da sua dedicação à causa dos Triumph, que, tão somente, nos permite orgulharmo-nos hoje de ter ao que conheço, a melhor sede de um clube da marca em Portugal.
Texto: António Cabral Afonso / sócio nº 2 do TCP
Publicado na Revista Topos e Clássicos de Maio de 2005
TRIUMPH CLUB DE PORTUGAL – 10 anos de História
Longe vão os tempos em que nos reuníamos num restaurante lá para os lados de Campo de Ourique, o “Rei dos Bifes”. Em alegre convívio, entre uns bifezinhos bem no ponto e umas cervejinhas geladas, combinávamos passeios, trocávamos informações sobre restauros e projectávamos o futuro. O entusiasmo era muito, a paixão pelos nossos carrinhos era visível e as ideias não faltavam. Decorria o ano de 1992. De vez em quando percorríamos os arredores em passeio. Foram aparecendo mais carritos e começamos a aventurar-nos um pouco mais, Serra da Estrela e Vigo (Espanha), são exemplo disso mesmo. Alguns passeios depois a ideia da formação do clube começava a ganhar forma e o desejo de a concretizar era muito grande.
Em 1995, formou-se um grupo de trabalho constituído por António Cabral Afonso, José Feio, Fernando J. Dias Filipe, Diamantino Ramos, António Osório e Edgar Albuquerque. Em 27 de Janeiro de 1996 é realizada a Assembleia constitutiva do Clube, onde foram aprovados os seus estatutos. A 22 de Fevereiro realizou-se uma Assembleia-geral Ordinária tendo como principais objectivos a ratificação da aquisição da carrinha Herald, a divulgação do protocolo de seguros automóveis para os associados e a eleição dos corpos gerentes.
Só em 12 de Dezembro de 1996 o sonho ganhou vida. Nascia o TRIUMPH CLUB DE PORTUGAL.
Planos havia muitos mas, a ausência de fundos, tornavam o caminhar lento. O restauro da carrinha era necessário, angariar mais sócios era fundamental (nessa altura a fasquia dos 100 era quase uma miragem) e arranjar um espaço próprio era o sonho.
10 Anos passados enchem-nos o coração de belas recordações e conquistas.
Passeios
Passear, com os nossos carrinhos, é das coisas que mais gostamos. O clube faz cerca de 7 passeios anuais. É sempre bom revermos os amigos, vermos os melhoramentos que fizeram nos carros e as novas aquisições.
Os passeios começam sempre por risos, beijos e abraços. E que melhor maneira de começar qualquer coisa. Depois lançamo-nos á estrada serpenteando certinhos e coloridos, um regalo para a vista. As refeições são o momento de nos deliciarmos com a comidinha portuguesa, hummmmm, mas também o de colocarmos as conversas em dia. Mais compostos vamos então admirar um monumento, ou museu e ás vezes dar umas acelerações nos meninos para tirar o pó das engrenagens. E se algum levanta a tampa e deixa vislumbrar o motor não há rosto que não tenha um sorriso e, como não quer a coisa, chegam-se todos rapidamente e contemplam com os olhinhos brilhando.
Nestes 10 anos já corremos Portugal de Norte a Sul. Já fomos a Stafford (Inglaterra), a Le Mans (França) e a Santiago de Compostela (Espanha). Os olhos levam paisagens, o corpo leva os pitéus da boa comidinha e no coração fica a amizade.
Sede
A 1ª sede foi inaugurada em 2000, espaço pequeno, algo rude, mas o suficiente para colmatar a necessidade de ter um local próprio. Um escritório que servia simultaneamente de local de convívio, com uma pequena biblioteca de consulta e a garagem, onde se passaram muitas horas a fazer o restauro da carrinha Herald, completava o ambiente. Iniciou-se então, um serviço de aconselhamento e aquisição de peças.
O rápido crescimento do número de sócios, catapultou-nos para um sonho maior, que só foi realizado em 2005. A nova sede, um dos nossos orgulhos, é um espaço agradável composto por uma sala de convívio, um escritório, um espaço de oficina, onde os sócios podem fazer pequenos trabalhos de manutenção e restauro, e uma garagem para 15 carros (iniciamos assim mais um serviço á disponibilidade dos sócios o de albergarmos os seus carrinhos).
O Clube é composto actualmente por mais de 400 sócios. 10 Anos passados e com muitos objectivos suplantados, só o sonho de nos juntarmos nesta paixão comum de passear com as nossas máquinas continua imutável e, por isso, alegremente, vos convidamos, a virem dai connosco serpentear por uma qualquer estrada escutando o som gostoso do ronronar das nossas máquinas.
Ana Paula Filipe
In – http://www.autoclassic.com.br/